Descrição
Palhaço é palhaço, macaco é macaco, passarinho é passarinho. Mas será que existe alguma coisa em comum entre eles? O poeta Eucanaã Ferraz acha que sim. E, ainda por cima, acredita que todo mundo tem um pouco dos três. A partir desses personagens, e de estruturas frasais simples, Eucanaã cria uma espécie de jogo de sintaxe em que a cada página palavras são trocadas de maneira a criar novos sentidos. Os versos guardam uma simplicidade próxima da fala, ao mesmo tempo que incorporam os princípios da linguagem poética: ritmo e imagem. Realidades visíveis alternam-se com a abstração – presente nos sentimentos e afetos. Mais ou menos assim: O palhaço sorri./ O palhaço é alegre./ O sorriso do palhaço é pintado./ O palhaço é triste?/ O palhaço faz palhaçada para a gente rir./ Ele não deixa a gente ficar triste./ O palhaço vive leve como um passarinho./ O palhaço é colorido como um passarinho./ O palhaço é engraçado./ O palhaço parece um macaco./ O macaco sorri./ O macaco é alegre./ O macaco faz macaquices e a gente ri./ O macaco parece um palhaço./ O macaco fica triste? […] Destinado aos pequenos, que pensam em forma de poesia sem nem saber que ela existe, o livro estimula a capacidade de observação e imaginação da criança e leva a ela o princípio básico da imagem poética, ou ainda da metáfora: a similitude. As ilustrações são de Jaguar, que, apesar do nome de onça, faz coisas engraçadas e às vezes mais parece um macaco. E o macaco parece um palhaço que parece um passarinho. Deu para entender?