Descrição
Para sempre é um livro de cartas. Cartas? Se a internet, o e-mail e os sites de relacionamento aproximaram as pessoas, democratizaram o conhecimento e diminuíram o mundo, cobraram no mínimo o preço de extinguir uma atividade que, em certas mãos, tornou-se ao longo da história uma verdadeira arte: escrever cartas. Cartas são diferentes de e-mails não por serem escritas no papel. Mas porque são escritas no papel, que tem de ser devidamente escolhido, além de reter de certa forma o contato com a mão que escreve; e porque são escritas à mão, cuja letra revela a idade, o sexo, a cultura, o estado de espírito do autor; e porque são escritas no isolamento e na distância, tornando-se um monólogo sensível e elaborado que deve, porém, ter em vista ser parte de um diálogo lentamente em construção; e porque, enfim, se tornam parte de quem as escreve (levando às vezes perfumes, às vezes lágrimas) e de quem as recebe. Certas cartas eram guardadas ao longo de toda a vida. E certas cartas são guardadas ao longo da história.